Sinto tudo à minha volta, e ao sentir, vejo a magnificência de tudo o quanto rodeia-me.
Sinto-me indigno e volto o meu rosto para esconder de Ti a minha vergonha...
Ò Pai, o que me mostras Tu...?
Quão pequeno me sinto perante Tua grandeza e no entanto, Tu tão grande me fazes...
Mas eu nada sou, senão uma insignificante partícula da mais ínfima parte de Ti...
E ainda assim, Tu colocas em mim a força do Teu sopro esperando que eu a sustente em meu interior...
Esperando que eu dela faça bom uso, dividindo com os outros o que me dás sem que eu to peça...
Ò Pai, porque me dás tamanho tesouro sabendo que eu não o posso carregar em tão ignóbil recipiente...?
Tu que brilhas aí do alto, e do cimo do Teu tão venerável trono exibes perante a minha insignificância o Teu caloroso acolhimento.
Como posso eu merecer voltar a casa depois de tanto tempo distante e abandonado ao esquecimento de mim mesmo...?
Quantas atrocidades não terei eu cometido em devaneio?
Quantas faltas em Teu nome, não terei eu perpetuado por existências sem rumo...?
Quantas vezes não terei feito mau uso do Teu nome tornando-me num ardil...?
Como pude eu fazer de mim um cego?
E Tu, que fazes meu Pai?
Ainda me ofereces a Tua mão...!?
Descendo do alto do Teu reino Te colocas ao alcance da minha visão para que eu Te veja...
E na grandiosidade de Teu Ser, vens a mim, eu que de Ti nada mais mereço senão desprezo...
E ainda assim, trazes a mim aqueles que com suas Almas estão capacitados a enxugar minhas lágrimas...
Como posso eu ser digno de tamanha riqueza, quando nada fiz para dela me tornar merecedor?
Como posso eu esticar as minhas mãos para acolher nelas o que me dás sem que me sinta indigno?
Dás-me o Sol, quando eu nem mereço estar na penumbra...
Dás-me a Lua, quando eu nem mereço a atenção do mais vil olhar...
E Ainda me dás a perceber o cintilar das estrelas bradando por minha Alma...
Serei eu digno de regressar a casa?
Serei eu sequer digno de receber o teu chamado?
De nada mais sei, senão aquilo que me revelas, sentindo-me ser tão pouco para o tanto que me ofereces.
Mas eu volverei a Ti, eu sei.
Outra coisa não posso fazer senão desfazer-me da minha miserabilidade.
De permitir que enchas o meu peito com Tua Luz...
E em breve, eu estarei de regresso a Ti...
De onde me fazes sentir nunca ter-me separado.
Eu irei. Sim, eu irei.
Mas não sem antes lavar todos os rostos que detive,
Nas lágrimas que deste que hoje detenho, caírem.
E quando destes meus olhos brotarem apenas lágrimas de felicidade...
Ò Pai, eu saberei que estou finalmente em casa.
E desta vez, para ficar junto a ti, sem de ti jamais voltar a separar-me.
Em Ti eu me tornarei Luz cristalina.
E em Ti, eu serei o Sol, a Lua e as Estrelas...
English version:
Feel everything around me, and feeling, I see the magnificence of all that surrounds me.
I feel unworthy and I turn my face to hide my shame from You...
Father, what are You showing to me...?
How small I am before Thy greatness and even so You make me so great...
But I am nothing, or else than an insignificant part of the smallest particle of You...
And yet, you lay in me the power of Thy breath waiting that I be able to nourish it on my inner self...
Hoping that I make good use of it, sharing with others what You give to me without I ask for...
Father, why do You give me such treasure knowing that I can not carry it in such wretched container...?
You, who shine from the top and from the top of your venerable throne displays front my insignificance Thy warm welcome.
How can I be deserving of returning home after so much time apart delivered to the forgetfulness of myself...?
How many atrocities have I committed wandering?
How many faults in Thy name, have I perpetuated for a aimlessly of lifetimes...?
How many times have I done misuse of Thy name, making of myself a joke...?
As was I able to make of myself a blind?
And You, what are You doing my Father?
Still offers Thy hand to me...!?
Coming down from the top of Thy kingdom and putting Yourself within the reach of my vision for I be able to see You...
And in the greatness of Thy Being, You come to me, that am only deserving of Thy disregard
And yet, You bring to me those that with their Souls are able to wipe away my tears...
How can I be worthy of such wealth, when I did nothing to make me worthy?
How can I stretch my hands to receive what You are giving to me without feeling myself unworthy?
You give me the Sun, when I even am deserving to be in the shadows...
You give me the Moon, when I don’t even am worthy of the attention of the vilest look...
And even so, You give me the perception of the twinkling of the stars crying out for my name...
Will I be worthy to return home?
Will I be worthy of receiving Your calling?
I know nothing beyond what you are revealing to me, feeling myself so tiny when You offers me so much.
But I will turn to You, I know.
Other thing I can not do, than rid myself of my misery.
Allowing You to fill my heart with Thy Light...
And soon, I'll be back returning to You...
Of where You make me feel I never ever been departed.
I will go. Yes, I will.
But not before washing all the faces that I have owned,
In the tears that falls on this face of today.
And when, of this eyes start to falls only tears of happiness...
Father, I will know that I am finally at home.
And this time, to stay near You, and from near of You ever again depart.
In You, I will become pure crystal light.
And in You, I will be the Sun, the Moon and the Stars ...
