O amor é algo que está para além da mente subjectiva. Amar a Deus, aos Anjos e à natureza, é puder sentir o seu amor em nós e algo de transcendente que evidentemente não podemos analisar objectivamente, podemos apenas o sentir. Questionar a existência do Amor é o mesmo que questionar a existência de Deus. Porque ambos para além de serem algo não palpável, advindo da mesma fonte, podem ser profundamente sentidos a partir de nosso âmago como algo que nos preenche o coração e eleva o Espirito ao alto.
Ser capaz de amar alguém com aquele amor que não se limita a estereótipos de qualquer tipo ou condição, gera uma força motriz que nos impulsiona a vencer qualquer obstáculo e limitação.
Considero que quando alguém desperta em nós essa capacidade maior de amar, isso se explica pela existência de laços que nos ligam para além da existência física. Ambos estão ligados por afinidades de espirito, muito mais fortes e estruturadas que quaisquer outras, e essa ligação ora servirá a uma aprendizagem especifica ou a uma união mais efectiva e amorosa. É algo que não se pode equacionar, devemos vivê-lo de modo altruísta, sabendo de que Deus sempre está por detrás do amor, seja qual for a forma em que este se apresente e expresse.
A minha visão do amor humano mudou no dia em que eu compreendi de que ele serve à libertação dos karmas. Só pelo amor se podem transmutar essas ligações karmicas, diluindo os sentimentos menos elevados através do fogo da compaixão, que só pode existir através do amor compassivo.
Não escolhemos quem amamos pelo aspecto físico ou condição social, amamos pelas ligações que nos unem ao espirito e a Deus. Embora muitos escolham sobrepor os interesses materiais ao amor real, e por essa razão se mantêm ligados ao karma e às dores da existência. Mas, quando finalmente nos libertamos dos padrões que nos fazem gerar ligações karmicas, ficamos livres para verdadeiramente amar. E é através desse amor real, já libertos dos condicionamentos, que poderemos então viver experiências grandiosas que poderão possibilitar sentirmo-nos a diluir nosso ser nesse amor que nos envolve e entranha pela Alma.
Aprendi que amar a Deus e aos anjos não difere em muito de amar um ser humano, apenas envolvendo um corpo mais denso, mas se a ligação de amor real for atingida e partilhada de forma consciente, para além do prazer obtido pelas sensações físicas numa partilha do amor, as sensações transcendentes, só possibilitadas pela consciência desperta do espirito, também se farão presentes e ambos podem imbuir-se um do outro.
Só não pode perceber o amor aquele que nunca o viveu intensamente. Que nunca foi capaz de se doar por inteiro. E que nunca se deixou envolver de forma tão profunda que o possibilitaria de encontrar a Deus personificado na existência do outro ser que nos envolve e abraça. Tamanho o medo de se sentirem vulneráveis e incapazes de assumir o medo da dor de não serem amados em igual medida.
Como podemos amar totalmente Deus se em nosso amor impusermos algum tipo de limite? Igualmente não poderemos amar alguém totalmente se condicionarmos o nosso amor de alguma forma por esse alguém. Pois, tal como condicionamos a entrada de alguém em nossa vida, condicionamo-nos a aceder a Deus. E qual será a união maior a Deus senão aquela à qual nos permitimos a abrir totalmente as portas da nossa intimidade...?
Os outros sempre nos colocam perante as diversas faces de Deus, porque Deus apesar de ser Um, detêm muitas faces. E cada uma delas pode impulsionar em nós uma forma diferente de amar. Transcender as faces é alcançar a Deus num amor maior, e quando alguém nos inspira a uma união, Deus é o impulsionador por detrás desse amor. No qual ao olharmos em seu rosto podemos apenas encontrar por detrás desse mesmo rosto, uma das formas de Deus expressando-se na terra.
Mas, amar não implica que irás receber amor em igual medida, e se alguém mede o amor que te oferta, então esse alguém não estará com toda a certeza a amar-te. E se dizem que devemos amar sem esperar retorno, isso decerto se aplicará num relacionamento onde não será esperado igual retorno, mas num relacionamento a dois, onde abrimos as portas do nosso coração e nele envolvemos o outro, como não esperar retorno...? Que gratificação terá um relacionamento a dois quando um se mostra incapaz de amar... incapaz de se doar... e nem se dá conta do menosprezo com que trata aquele que a ele se doa... colocando-o num nível onde a indiferença e a frieza mais se fazem notar do que o calor do amor... impondo limites... causando constrangimento...
Quem ama e sabe reconhecer o valor de ser-se amado, decerto será incapaz de vulgarizar o amor!
Amar sem limites, implica a amares-te acima de tudo, e a não permitir entregares-te a um amor que te subjuga a um estado de indiferença. Porque essa indiferença depressa se tornará dor, e entregue à dor o coração se contrai e não mais se manifesta.
AMA sendo capaz de te doares ao amor sem imposição.
AMA doando o teu amor de forma tão abnegada quanto ilimitada.
Mas, Ama sem limites primeiro a ti mesmo, para que quando perante o amor possas reconhecer aquele que realmente é capaz de te amar da mesma forma ilimitada.
O AMOR É SEMPRE DIGNO DE SER SENTIDO!
English version:
The Love is something that is beyond the subjective mind.
Loving God, the angels and nature, it is to be able to feel its love in us, and of course something transcendent that we can not analyze objectively, we can only feel it. Questioning the existence of love is the same as questioning God's existence. Because both, as well as being something not palpable, are arising from the same source, and can be deeply felt from our heart as something that fills the heart and elevates the spirit to the top. Being able to love someone with that love which is not limited to stereotypes of any kind or condition, generates a driving force that pushes us to overcome any obstacle and limitation.
I believe that when someone awakens in us this greater capacity to love, this is explained by the existence of ties that bind us beyond physical existence. Both, are linked by affinities of spirit, much stronger and more structured than any other, and this link can serve to a specific learning or to a more effective and loving unification. It is something that can not be equated, we should live it unselfishly, knowing that God is always behind the love, whatever the form in which it is presented and expressed.
My vision of human love changed in the day I realized that it serves the release of karma. Only through love can we transmute these karmic connections, diluting the lower feelings through the fire of compassion that can only exist through the compassionate love.
We do not choose who we love for their physical appearance or for their social status, but we love by the connections that bind us to the spirit and to God. Although many choose to override the material interests instead of the real love, and for that reason they remain associated to the karma laws and to the pain of existence. But when we finally freed off from the standards that make us generate karmic connections, we become free to truly love. And it’s through that real love, now freed of the constraints, that we can then live great experiences that could enable us to feel our being becoming dilute in that love that surrounds us and penetrates trough the Soul.
I learned that to love God and angels do not differs much to love a human being, only involving a denser body, but if the real bond of love is reached and shared in a conscious way, beyond the pleasure obtained by physical sensations when sharing love, the transcendent feelings also will be present, this is only made possible by the conscious awareness of spirit, and both, from each other will be imbued.
Just can not understand the love he who has never lived it intensely. Who never able himself to deliver entirely. And never left itself to get so deeply involved, that would enable him to find God embodied in the existence of another being that surrounds and embraces him. Such the fear of feeling vulnerable and unable to get rid of the fear of the pain of not being loved in equal measure.
How can we love totally God, if in our love we are imposing some kind of limit? Also we can not love someone completely if somehow we are constrain our love for that someone. For, as when we constrain the entry of someone in our lives, we are conditioning us to access fully to God. And what is the greater union with God than the one to which we allow ourselves to fully open the doors of our intimacy...?
The others always put us before the many faces of God, because God despite of being ONE, have many faces. And each one of His faces can push us to a different way of loving. Transcending the faces is to achieve God in a greater love, and when someone inspires us to a union, God is the driving force behind this love. In which,
when looking at a face, we can only find behind that same face, one of the many possible forms with which God expresses Itself on earth.
But to love does not mean that you will receive love in equal measure, and if someone measures the love that offers you, then this someone for sure, are not loving you. And if it is said that we must love without expecting return, it certainly will applies in a relationship where will not be expected equal return, but in a
relationship of two beings, where we opened the doors of our heart and in it we involve the other, how to not expect return...?
What will it be the gratification received in a relationship when one is incapable of love... unable to donate itself... and even don’t is aware of the contempt with which treats the other, who gives itself... putting it on a level where the indifference and coldness are more remarkable than the warmth of love... imposing limits... causing embarrassment...
Who loves and knows how to recognize the value of being a beloved, certainly will be unable to trivialize the love!
Love without limits, implies to love yourself above all, and to not allow being deliver to a love that subjugates you to a state of indifference. Cause this indifference quickly becomes in pain, and delivered to pain the heart contracts and no longer manifests itself.
LOVES, being capable of donating yourself to love without impositions.
LOVE, donating your love in a way so selfless as unlimited.
But, love yourself first without limits, so that when before love, you can recognize whom is really able of loving you in the same unlimited way of love.
LOVE IS ALWAYS WORTHY OF BEING FELT!
