Qual o propósito da religião se ao invés de unir ela divide?
Se procurarmos as evidências aos longos dos tempos chegamos à conclusão de que a religião não faz qualquer sentido quando ao invés de instruir a virtude no homem, ela lhe serviu como uma arma de punição da qual não se coibiu de fazer uso desmedido.
A verdade é que a religião ao longo dos tempos tem servido de simples desculpa, sendo o bode expiatório para onde se voltam as acusações quando o homem dela faz uso para cometer actos impróprios, e por detrás da qual, o homem se esconde quando não quer assumir responsabilidade por actos de sua exclusiva demência e ver-se assim, exposto em sua real natureza.
A religião em si nada teria de errado tivesse ela somente o toque do homem puro. Infelizmente, muitas foram as que viram sua doutrina acometida do toque do homem perverso. Quantos dela fizeram uso para cometer actos dissimulados sob a sua capa, como se ela pudesse apagar ou desfazer aquilo que à luz do dia muitos jamais se atreveriam a cometer...
Ao longo dos tempos o homem seduzido pelo brilho do poder fez uso da religião para matar, manipular, controlar, destruir e sobrepor-se sobre os demais. Jamais Deus pediu ao homem que condenasse em seu nome, mas o homem se achou nesse direito, fazendo um mau uso do poder do livre arbítrio.
Isto ainda continua a ocorrer de alguma forma, tanto no interior das religiões como nos governos que regem as leis da sociedade, que sempre as fazem de modo a manter o maior número possível de indivíduos sob a sua regência. E não serão as maiores religiões do mundo um palco onde as regras e deveres se destacam em políticas que visam mais aprisionar do que libertar o homem da esfera ilusória?
Claro que as muitas religiões e filosofias existentes possuem algum mérito, como tal não se pode generalizar, nem colocar todas ao mesmo nível, mas poderão dividir-se em duas bases, nas quais, uma liberta e a outra aprisiona.
Muito se diz e pensa sobre o que se passa por detrás da fachada religiosa. E quantos não são os actos e formas de pensamento, que por si só demonstram o quanto tamanha é a ignorância do homem que se acha acima de Deus, relegando a veracidade das leis de Deus que regem a vida do Espírito na forma humana.
O homem sempre foi o seu pior carrasco. Construindo e destruindo ele rege o seu próprio destino e a sua prisão.
Para amar a Deus, jamais alguém necessitará estar submetido a uma religião, e esta deverá apenas apresentar-se como uma opção de escolha. Mas quantas se apresentam de mansinho como solução para depois se converterem numa imposição?
Quantas delas não servem o propósito único da demonstração de ostentação?
A religião serve ao homem como uma ferramenta, que como qualquer outra, tanto pode apoiar quanto destruir, dependendo da forma como ele dela faz uso. E quantos não são os que fazem uso da religião para obter benefícios de diversa ordem, muitas das vezes, usando-a como máscara para esconder sua verdadeira face dos demais.
Ainda assim, todas as religiões acolheram e acolhem em seu seio, homens de bom intimo. Sendo esses que levam Deus para a religião que professam, pois jamais a religião em si só, será capaz de colocar Deus num lugar de espaço livre inexistente.
A religião em si é desprovida de divindade, uma vez que ela é uma mera invenção do homem. Mas, tal condição muda sempre que quem nela toma posição, ocupando um lugar na sua agregação, se destaca por deter uma personalidade integra, unificadora e pacificadora.
A divindade jamais poderá animar aquilo que por si mesmo é inanimado. Mas ela proverá com um brilho intenso todo aquele que por si próprio se anima de boa vontade.
Todo o homem que alberga Deus em seu intimo, reconhecerá a existência de Deus em tudo o que o rodeia, porque tudo o que o rodear, simplesmente espelhará de volta, aquilo que ele reflecte do interior para o exterior.
A religião em si mesma não é boa ou má mas será aquilo que o homem dela fizer, e dependendo do intimo de cada um que a integra, ela será algo de benéfico ou destrutivo.
As leis de Deus jamais estarão contidas numa única religião. Jamais serão verdades absolutas de um livro especifico. Estas sempre estiveram e sempre estarão ao alcance de todos os que se revelarem dignos de as receberem. E todo aquele que as quiser receber, que as busque nos sons e nas cores da natureza, nas estrelas, nos astros, numa obra de arte ou na face de cada um com quem se cruzar, pois elas jamais se escondem ou disfarçam daquilo que não são, estando ao alcance de todo aquele que detiver em seu coração o sentir necessário, pois esse, sentirá de pronto o ressoar que elas nele provocarão.
Um exemplo de que quando o homem se permite a evoluir, ele poderá integrar uma religião mas ele sempre estará além da religião que escolher professar, pois não será esta que o conduzirá, mas sim os valores de que seu caracter se imbui. É disso exemplo o Abade Cisterciense, Bernardo de Claraval, que apesar de ter sido um homem profundamente ligado á igreja, foi um homem no qual a presença Divina se destacou, ou não fosse Bernardo de Claraval o autor da seguinte frase:
«Experto crede: aliquid amplius invenies in silvis, quam in libris. Ligna et lapides docebunt te, quod a magistris audire non possis.»
«Acredita em mim, aprenderás mais lições nos bosques do que em livros. As árvores e as pedras ensinar-te-ão aquilo que não poderás aprender dos mestres.»
Este mundo mais do que das religiões, precisa sim, de homens de bom íntimo capazes de abrigar em si as virtudes de um coração pleno de amor!
English version:
What is the purpose of religion if not for unite rather than divide?
If we look for evidence from the past we will conclude that religion does not make any sense when instead of instructing the virtue into man, she has served as a weapon of punishment from which he have not refrained from overuse.
The truth is that religion throughout the ages has served as a simple excuse, being the scapegoat on which is pointed all accusations when the man uses it to commit improper acts, and behind which the man hides when not takes the liability for acts of its exclusive dementia, and to not be seen and exposed in its true nature.
Religion itself has nothing wrong, could it have had along the times, only the touch of pure man. Unfortunately, many have been the religions who saw its doctrine affected by the touch of the wicked man. How many did have use it to commit acts hidden under its cape, as if it could erase or undo what in the light of day many would never dare to commit…
Throughout the ages, man seduced by the gleam of power, used religion to kill, manipulate, control, destroy and overlay over the others. God never asked to the man to condemn in its name, but the man used the name of God believing to own the right, making a misuse of the power of freewill.
Somehow this continues to occur, both within religions as well as in the governments that govern the laws of society, and they always do them in order to maintain the greatest possible number of individuals under his regency rules. And are not the main religions of the world a stage where the rules and duties stands on policies that serve more to imprison than to free the man from the illusory sphere?
It is true that many existing religions and philosophies have some merit, as such can not be generalized, or take all to the same level, but they can be divided into two bases, in which, one liberates and other imprisons.
Much is said and thought about what goes on behind the frontage of religion. And how many will be the acts and ways of thinking, that only demonstrate such is the ignorance of the man who finds himself above God, relegating the veracity of the true laws of God that govern the life of spirit in human form.
Man has always been his worst tormentor. Building and destroying he governs its own destiny and its own prison.
To love God, one never will need to be subjected to a religion, and these should only be presented as an option of choice. But how many present themselves as a solution to after softly become converted in a imposition?
How many of them do not serve the sole purpose of the statement of ostentation?
Religion serves man as a tool, and like any other, it can support or destroy, depending on how he makes use of it. And how many are not those who use religion to get benefits of various kinds, often using it as a mask to hide his true face from others.
Still, all religions have received and receive in their midst, mens of good intimate. Being these who are bringing God to the religion they choose to profess, because religion never in itself will be able to put God in a place in where free space is nonexistent.
The religion in itself is devoid of divinity, since it is a mere invention of man. But, this condition changes of everytime that who takes a place in an religion, occupying a position in their aggregation, stands out for detaining a warm personality, in pacifying and unifying all.
The deity can never animate what is inanimate for itself. But, it can and will provide a special glare to all those who willingly animate himself.
Whom lodges God in his intimate, recognizes the existence of God in everything that surrounds him, because all that surrounds him simply will mirror back to him, all that he put out from its inner.
The religion in itself is not good or bad but it will be all whatever man makes it to be, and depending of the inner nature he possesses in its being, it will can become in something beneficial or destructive.
The laws of God can never be contained within a single religion. Will ever be absolute truths of a specific book. These have always been and always will be available to all those who proves to be worthy to receive them. And anyone that wants to receive them, may seeks them in the sounds and colors of nature, in the stars, in the cosmos, in a work of art or on the face of everyone with whom he cross, because they will ever hide or disguise into something they are not, being within the reach of all those who holds in their heart the needed feeling, cause in it, they will felt them like an resonating echo.
An example that when a man allows himself to evolve, is that he can integrate a religion but he will always be beyond the religion he choose for professing, because will not be the religion that will be leading the man, but instead, the character values of which he is imbued. An example is the Cistercian abbot, Bernard of Clairvaux, who despite being a man deeply attached to the church, was a man in whom the Divine presence stood firm, or was not he the author of the following sentence:
"Experto crede: aliquid amplius invenies in silvis, quam in libris. Ligna et lapides docebunt te, quod a magistris audire non possis."
"Believe me, you will learn more lessons in the woods than in books. Trees and stones will teach you what you can not learn from the masters."
This world more than religions, needs mans of good nature capable of harboring in themselves the virtues of a heart full of love!
